O Brasil é um país continental e um dos maiores produtores de alimentos em todo o planeta, além de ser grande exportador de commodities agrícolas com o milho e a soja. Mas o que pouca gente sabe, é que grande parte dos alimentos que chegam à mesa da população são oriundos da agricultura familiar.
Em sua imensa diversidade, o Brasil possui grandes concentrações de pequenos agricultores que produzem cerca de 70% dos alimentos que são consumidos todos os dias em restaurantes, bares, lanchonetes, shoppings e, principalmente, na casa dos brasileiros.
Em nosso país, apenas 20% das terras agricultáveis pertencem aos pequenos produtores familiares, segundo dados do Censo Agropecuário. Mesmo assim, a agricultura familiar é responsável por mais de 80% dos empregos gerados no campo, o que evidencia a importância desse segmento na geração de trabalho e renda e também na contenção do êxodo rural.
Se incentivados, esses pequenos agricultores poderiam ter um peso ainda maior na segurança alimentar da população. Para se ter uma ideia da importância dos pequenos produtores, no Estado de São Paulo existem 140 assentamentos rurais com 7.133 famílias. Nos três últimos anos, de acordo com dados do Programa Cultivando Negócios da Fundação Itesp, essas famílias comercializaram mais de R$ 600 milhões. Esse dinheiro entra no Estado e gera receita para os agricultores.
Entenda o PNAE
Um dos programas de incentivo à agricultura familiar é o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), que oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica e pública. O programa é uma das iniciativas mais bem vistas pelos agricultores e agricultoras familiares do país.
O PNAE tornou-se um importante segmento institucional para aquisição de alimentos da agricultura familiar. E esse encontro – da alimentação escolar com a agricultura familiar – tem promovido uma importante e verdadeira transformação, ao permitir que alimentos saudáveis e com vínculo regional, produzidos diretamente pela agricultura familiar, possam ser consumidos diariamente pelos alunos da rede pública de todo o Brasil.
O apoio a estes agricultores como forma de estimular a produção de alimentos sustentáveis é considerado essencial, não só por sua capacidade de geração de ocupação e de renda, como também pela maior diversidade e oferta de alimentos de qualidade, menor custo com transporte, confiabilidade do produto, preservação do hábito regional e da produção artesanal, promovendo uma conexão entre o campo e a cidade.