De acordo com os dados de gênero na ciência no Brasil, nosso desafio maior sobre este tema está na ocupação dos espaços e na evolução na carreira para as mulheres.
Em relatório sobre Mulheres na Ciência divulgado pela UNESCO em 2018, verifica-se que já houve um crescimento importante em números, como de estudantes de doutorado no país, em que atualmente 54% são mulheres.
O desafio da ocupação de espaço é justamente a motivação dos debates sobre relevância da pesquisa da mulher – que ganharam holofote recente com o filme “Não olhe para cima” – já que as mulheres estão efetivamente na ciência e produzindo resultados.
O problema está na aceitação social sobre os estudos delas e nos postos de liderança ou financiamentos que são majoritariamente ocupados por homens, eles acabam na linha de frente.
Esse mesmo problema da credibilidade que não se dá às mulheres é fruto da desigualdade de gênero que ainda está em todos os lugares.
Como exemplo prático e sentido na pele por muitas mulheres, está a incredibilidade que possuímos nas empresas, na política, quando se ganha salários menores exercendo as mesmas funções ou quando se tem microfones cortados e espaços reduzidos na participação feminina nas casas de leis – situação frequente nas Câmaras Municipais do país.
A mulher é importante em todos os lugares, na ciência não é diferente. Em tudo precisamos de diversidade de opiniões e pontos de vista e experiências para melhorar, para desenvolver, e as mulheres definitivamente contribuem em todos os espaços que ocupam.
Desejo que as meninas possam gastar mais suas energias e capacidades trazendo resultados e contribuindo com a sociedade nos diversos setores, ao invés de precisar dividir toda sua potência com a luta para que suas vozes sejam ouvidas e seus espaços sejam garantidos.
Para isso são necessárias políticas públicas efetivas, ações governamentais previstas em lei e com orçamento público destinado com clareza para diminuir desigualdades, incentivar ocupação de espaços e para que se fale do tema em todos os ambientes para disseminar conscientização e evoluirmos como sociedade.