O mês de setembro traz consigo uma campanha já conhecida pela sociedade: o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio. Idealizada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria, Conselho Federal de Medicina e Centro de Valorização da Vida, a campanha tem como principal objetivo conscientizar a população sobre um assunto que ainda é tabu para muitas pessoas.
Por vezes, escutamos pessoas falarem que depressão é frescura, brincadeira ou que tal pessoa está querendo chamar atenção. Mas, na verdade, trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Além disso, estudos mostram que pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) são quatro vezes mais propensas a sofrer de depressão ao longo da vida e que, entre autistas, quanto maior a idade e a inteligência, maior o risco de suicídio. Com estes dados, conseguimos entender que devemos dar importância para esta campanha durante todo o ano, e não somente em setembro.
Ninguém está livre de sofrer com qualquer tipo de doença, por isso, protocolei em Porto Alegre/RS, como co-autor, um Projeto de Lei que visa manter a saúde mental dos servidores, tanto da saúde como da educação, para auxiliar no processo de trabalho, garantindo o atendimento com qualidade aos pacientes e aos alunos e preservando o servidor, que está sendo bastante exigido nesse momento de pandemia.
O Executivo Municipal designará a forma de realização dessas parcerias, salientando que várias delas poderão ser realizadas de forma gratuita. Dessa forma, oportuniza também uma modalidade de terapia, em tempos de pandemia, que é a terapia digital, também chamada de telepsicoterapia ou teleatendimento, com o objetivo de tratar os transtornos mentais descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-5, na sigla em inglês).
Estar atento aos comportamentos das pessoas com quem convivemos e saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio no Brasil. Veículos de comunicação preferem não divulgar notícias sobre suicídio para não incentivar outras pessoas a fazerem a mesma coisa, mas precisamos falar sobre este assunto. Seguindo o que recomendam as autoridades de saúde, o objetivo de prevenção será realmente eficaz em nossa sociedade.
